Se descrevem duas experiências em torno do repto de maximizar excelência e equidade na admissão para a educação superior. Na Universidade de Costa Rica (UCR) desenvolve-se e valida uma prova de raciocínio com figuras, para medir inteligência fluída, tomando como marco de referência os conceitos desenvolvidos por Raymond Cattell. Por sua vez, a Universidade de Cidade do Cabo em África do Sul aplica métodos de avaliação dinâmica, em onde os exames vão “ensinando” ao longo de sua execução e estão baseados em enfoques Vygotskianos. Estes instrumentos sul-africanos já brindaram evidência de validez previsiva em estudos de análises de sobrevivencia e são parte de um programa de admissão alternativo para estudantes que provem de ambientes com desvantagens educativas, muitos deles fazem parte de grupos que foram educativamente segregados durante o “apartheid”. Enquanto na Universidade de Costa Rica (UCR), o projeto é recente e se encontra ainda em sua fase diagnóstica e de investigação, na Universidade de Cidade do Cabo se conta com uma trajetória a mais de 20 anos. Ambas propostas procuram identificar de maneira mais precisa estudantes que possuem potencial acadêmico e cognitivo para a educação superior, que provem de ambientes com desvantagens educativas, e cujas habilidades poderiam ser subestimadas se só se usam provas de admissão ou avaliações “tradicionais”. O artigo não pretende fazer uma análise comparativa para concluir qual das duas aproximações é mais válida, senão que procura ilustrar duas formas possíveis de abordar a problemática de equidade na admissão para a educação superior, desde uma perspectiva científica e não somente política.

Equidade, provas de admissão, potencial de aprendizagem, avaliação dinâmica, inteligência fluída.