Em Latinoamérica, programas educativos de tipo multi - e/ou intercultural, que ilustram o auto-proclamado “fim do indigenismo”, puseram de relevo a urgência de compartilhar as já seculares tradições nacionais da educação “indígena” a nível básico com o giro multicultural das políticas educativas e sua extensão para níveis de educação média - superior e superior. Partindo de um estudo de caso etnográfico-colaborativo com a “Universidade Veracruzana Intercultural” (UVI) em México, o presente artigo analisa como a participação de profesionistas antropólogas/vos, indígenas e não-indígenas, repercute no trânsito, ainda recente, para o reconhecimento social, político e inclusive jurídico da diversidade no âmbito das universidades públicas. O resultante, o ainda incipiente “diálogo de saberes”, que envolve dimensões “inter-culturais”, “inter-lingües” e “inter-actorales”, a sua vez, obriga às ciências sociais e à educação a reformular-se seus conceitos teóricos básicos tanto como suas práticas metodológicas, ainda demasiado monológicas e monolingües.

Multiculturalismo, educação intercultural, universidades interculturais, etnografía, Veracruz (México).